A disputa entre os aliados do governador Camilo Santana (PT) já é intensa. Deputados da atual legislatura, para além da preocupação com as mudanças na legislação eleitoral e a crise política, estão receosos com os novos nomes de secretários do governo que e pré-candidatos à disputa de outubro e despontam como favoritos ao pleito eleitoral.
A principal crítica de deputados que apoiam o petista, na Assembleia Legislativa, diz respeito ao modo como suas bases estão sendo utilizadas por postulantes à Assembleia, que estariam “invadindo” suas bases e possam prejudicar suas reeleições.
Nos corredores da Assembleia, alguns nomes são dados como certos na disputa, inclusive com chances reais de eleição. A irmã do ex-governador Cid Gomes, Lia Gomes, tem sido citada como postulante forte, assim como o filho do ex-deputado estadual Welington Landim, o ex-prefeito de Brejo Santo, Guilherme Landim, o secretário do Governo do Estado Fernando Santana, o chefe de gabinete do prefeito Roberto Cláudio, Queiroz Filho, e o presidente da Câmara Municipal, Salmito Filho.
Outros vários nomes são citados constantemente nas rodas de conversas dos deputados no plenário da Assembleia Legislativa. Eles incluem o ex-prefeito do Município de Juazeiro do Norte, Raimundo Antônio de Macêdo, o "Raimundão" (MDB); o ex-prefeito de Granja, Romeu Aldigueri; além da ex-prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar (PSD); da esposa do prefeito de Caucaia, Naumi Amorim (PMB), Érica Amorim (PSD); e, mais recentemente, o vereador de Fortaleza Soldado Noelio (PR), que receberá o apoio de Capitão Wagner (PR) para ocupar vaga na Casa.
Já postulantes a Câmara federal, Além de Wagner, os deputados Rachel Marques (PT) e Robério Monteiro (PDT) estão se articulando para serem candidatos a deputado federal. Já o presidente do Legislativo, assim como em 2014, é estimulado por seus pares a viabilizar uma candidatura majoritária. Diante disso, o cargo de vice-governador tem sido sondado pelos governistas.
Para o segundo-secretário da Assembleia, deputado João Jaime (DEM), a maior preocupação dos candidatos à reeleição é de que a disputa deixe de ser igualitária por influência de forças externas. "Não tenho preocupação com novos candidatos, o problema é quando um secretário utiliza a Secretaria para fazer uso político e se beneficiar em detrimento de outro candidato da base", reclamou.
Walter Cavalcante (PP), que acredita em uma renovação de 50% na Casa, afirmou que não vê problemas em novas lideranças políticas se colocarem para a disputa. Ele sustenta, porém, que aqueles que atuaram de forma eficiente em seus mandatos serão reconduzidos ao cargo.
Segundo levantamento do Diário, todos os 46 deputados disputarão algum cargo eletivo neste ano. Renato Roseno (PSOL) e Mário Hélio (PDT) chegaram a dizer que não tentariam reeleição, mas já voltaram atrás na decisão. Para o pedetista José Sarto o rearranjo é natural, ainda que cause algum incômodo, visto que há divisões de apoiamento em alguns municípios. Ele aposta em uma renovação de 60% ou mais na Casa.
Sérgio Aguiar (PDT) confirmou que o fato de nomes de fora do Legislativo estarem se fortalecendo como lideranças têm incomodado parlamentares. "Creio que temos uma dezena de novos nomes que estarão figurando nas cadeiras do Parlamento a partir de 2019. Podemos chegar ao número de 32 reeleitos, e umas 14 caras novas", disse ele, que aposta em renovação menor do que a do pleito de 2014.
Com informações do DN/Caderno política