O Ceará ocupa a segunda posição entre os estados brasileiros com maior número de mortes de motociclistas no trânsito, segundo o Atlas da Segurança. Entre 2013 e 2023, mesmo com uma queda geral de 41% nas mortes por acidentes de trânsito no estado, o número de vítimas entre motociclistas aumentou de 757 para 830. Seis em cada dez vidas perdidas nas vias cearenses envolvem quem está sobre duas rodas — um cenário que merece atenção especial.
Em Sobral, essa realidade é particularmente sensível. Com 54.327 motocicletas registradas até o fim de 2023 — representando cerca de 25% da frota total de veículos — a cidade reflete a dependência crescente desse meio de transporte, seja para locomoção diária, trabalho ou entregas. O aumento da frota, somado à redução na fiscalização e à imprudência de alguns condutores, tem ampliado os riscos e sobrecarregado o sistema de saúde local com vítimas de acidentes.
A reversão desse quadro exige articulação entre autoridades, sociedade civil e usuários do trânsito. Investimentos em infraestrutura segura, campanhas educativas e fiscalização eficaz são medidas urgentes. Mais do que números, cada vida perdida representa uma ausência sentida por famílias e comunidades inteiras — e Sobral não pode se acomodar diante dessa estatística.