O Ceará figura entre os estados mais carentes em assistência mental das pessoas com transtornos graves, quase metade das cidades cearenses não contam com Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), equipamentos cuja principal missão é garantir assistência e atendimento a pessoas que sofrem com problemas relacionados à saúde mental. Confira (AQUI)
Diante desse suporte deficitário, cuja responsabilidade é do poder público que não investe recursos necessários para questões relacionadas à saúde mental, projetos sociais acabam ganhando protagonismo, como o serviço prestado pelo Departamento de Saúde e Assistência Social da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), oferecendo psicoterapia para a comunidade.
Diante disso, o médico psiquiatra Fábio Gomes de Matos, do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), professor do Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenador do Programa de Apoio à Vida (Pravida), de prevenção de suicídio, além de ser membro do corpo editorial de diversos periódicos sobre Psiquiatria, usou as redes sociais para levantar o questionamento sobre o papel desviado da Alece, em prestar esse serviço para a comunidade.
Segundo o Prof. Dr. Fábio Mattos, “Não é papel da Alece, prestar assistência psicoterápica para a população, cujo o seu papel relevante é de fazer leis, fiscalizar o governo. No entanto, o parlamento devem lutar para aumentar as dotações orçamentárias para saúde mental, de modo que a secretaria estadual e municipais possam exercer esse papel para o qual são destinados e que participam equipes interdisciplinares de saúde, bem treinadas e capacitadas”. Disse.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), de todas as incapacitações de saúde das pessoas, 30% delas, seja ocasionado por transtornos mentais. No orçamento público de saúde do Ceará, apenas 2% das dotações é destinado a saúde mental.