A polêmica em torno da chamada "ideologia de gênero" ganhou um novo e importante capítulo em Sobral. Entra na pauta de votação da Câmara de Sobral, na Sessão Ordinária de segunda-feira (19), o veto do Executivo Municipal, à lei municipal que proíbe ensino da ideologia de gênero e orientação sexual nas escolas mantidas pela prefeitura.
Na decisão de vetar a lei o prefeito Ivo Gomes, a afirmou que a matéria era inconstitucional porque somente a União teria competência para legislar sobre diretrizes educacionais e normas gerais de ensino.
Contudo, vereadores da base, contrários ao veto do prefeito, irão ser postos a prova de fidelidade na votação do veto. O presidente da Câmara Municipal, Paulo Vasconcelos (PDT), que tem ligações diretas com a Renovação Carismática, Cleiton Prado e Camilo Motos, que seguem orientações dos evangélicos. Nessa lista ainda tem a Vereadora Alessandra Ponte e José Crisóstomo, que também participam de grupos carismáticos ligados à igreja católica contrario ao veto.
Segundo o autor do projeto, Vereador Adauto Arruda, “as Igrejas Católicas e as evangélicas estão mobilizando um grande ato para pressionar os vereadores para votar contra o veto do prefeito. Com o apoio popular, e de alguns vereadores da base, acredito que vamos emplacá-lo, com ou sem a vontade de Ivo”. Disse o vereador.
Por outro lado, o movimento LGBT de Sobral, Movimentos Sociais que defende os Direitos Humanos, coordenadoria de Direitos Humanos da Prefeitura de Sobral, movimentam-se para pressionar os vereadores a manterem o veto. “O veto foi uma conquista da mobilização de vários grupos sociais, sendo inaceitável que seja derrubado, sem qualquer debate, por um grupo de vereadores que possivelmente possam ceder à pressão”. Defende o movimento.
Todas as atenções estão voltadas para a próxima Sessão Ordinária da Câmara de Sobral, vale ressaltar que os votos por “ausência e ou abstenção” favorecem diretamente o veto do prefeito Ivo Gomes.